Era o fim de mais um dia na instituição, e a luz dourada do entardecer preenchia os corredores. O silêncio da sala de aula contrastava com o burburinho habitual. Eu arrumava os papéis sobre a mesa quando ela entrou, trazendo consigo a energia leve que sempre parecia acompanhar sua presença.
Ela era mais jovem, cheia de curiosidade e vida. Sempre tivemos conversas longas e cativantes nos intervalos, muitas vezes sobre as histórias que eu lhe contava — pequenas aventuras vividas, viagens e escolhas ousadas. Ela me ouvia com olhos brilhantes, como se absorvesse cada palavra, e eu me sentia inspirado por sua atenção.
Naquele dia, ela parecia diferente, mais próxima, quase como se houvesse uma energia invisível que nos ligasse ainda mais. Ela sorriu ao se aproximar e disse:
— Sempre achei interessante como você fala sobre viver sem arrependimentos. Parece tão… libertador.
Eu retribuí o sorriso, tentando esconder o turbilhão de pensamentos que sempre surgia em sua presença. Havia algo magnético nela que eu nunca tivera coragem de admitir, nem para mim mesmo.
— É assim que acredito que a vida deve ser — respondi. — Momentos como esses são preciosos.
O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Pelo contrário, foi carregado de uma tensão sutil. Sem perceber, nos encontramos mais próximos. Sua mão tocou de leve a mesa, e, sem pensar muito, deixei a minha encontrar a dela.
Seus olhos buscaram os meus, e antes que qualquer palavra fosse dita, um gesto falou mais alto. Aproximamo-nos, e nossos lábios se tocaram em um beijo cheio de hesitação, mas também de descoberta. O mundo ao redor desapareceu, e o que restou foi o calor do momento, o som das nossas respirações e a certeza de que, ali, estávamos vivendo algo único.
Quer saber o fim dessa história?